A inflação chegou à obra do data center da Meta: aumento de 400% para US$ 50 bi em oito meses

Ainda nem saiu do papel e a intenção da gigante Meta em construir um enorme data center de inteligência artificial (IA) nos Estados já sofreu um forte reajuste inflacionário. Na terça-feira, 26 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou, durante uma reunião em seu gabinete na Casa Branca, que a dona do Instagram e do Facebook vai gastar US$ 50 bilhões nesse parque de infraestrutura de dados.

Em dezembro do ano passado, a empresa havia informado que a construção do mega data center em Louisiana teria um custo de US$ 10 bilhões. Ou seja, em apenas oito meses, a previsão quintuplicou e o aumento foi de 400%.

Com planos de ser concluído até 2030, o espaço será o maior data center de IA da Meta no mundo e foi projetado para processar enormes quantidades de dados necessários para dar suporte à infraestrutura digital, incluindo cargas de trabalho de inteligência artificial.

Para suportar o volume de investimentos, a big tech contratou a empresa americana de títulos Pimco e a gestora Blue Owl Capital para liderarem um processo de financiamento de US$ 29 bilhões, volume esse que irá justamente garantir a construção de seu data center instalado na área rural de Louisiana.

O acordo surge em um momento em que a Meta busca parceiros para ajudar a financiar seu plano de crescimento de infraestrutura de IA. Recentemente, a empresa afirmou, em um documento, que planejava se desfazer de cerca de US$ 2 bilhões em ativos de data center como parte de uma estratégia de codesenvolvimento para compartilhar os custos de construção de instalações para IA generativa.

Em julho, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, chegou a dizer que a companhia gastaria “centenas de bilhões de dólares” para construir vários data centers de IA, intensificando sua busca por uma tecnologia que ele perseguiu com uma guerra de talentos pelos melhores engenheiros.

Seu primeiro data center multigigawatt, chamado Prometheus, deve entrar em operação em 2026, enquanto outro, chamado Hyperion, poderá crescer até 5 GW nos próximos anos, disse Zuckerberg em uma publicação no mês passado em sua plataforma de mídia social Threads, segundo informou a Reuters.

A tecnologia em IA levou a um grande aumento na necessidade de energia de grandes empresas do segmento, como Amazon e Microsoft, despertando um interesse renovado na energia nuclear.

Mas, na prática, vai ser difícil atender a esta crescente demanda por energia apenas com energia nuclear devido a uma frota envelhecida de reatores, uma Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos sobrecarregada, potenciais obstáculos no fornecimento de combustível de urânio e ainda sob forte oposição local.

A quantidade de eletricidade usada pelo data center da Meta na Louisiana será realizada com utilização de energia renovável, e em parceria com a concessionária Entergy.

A empresa, que fornece eletricidade para partes do Arkansas, Louisiana, Mississippi e Texas, tem duas usinas nucleares na Louisiana.

A Meta, que registrou US$ 164,5 bilhões em receita no ano passado, reorganizou seus esforços de IA em junho em uma divisão chamada Superintellinge Labs, após a companhia enfrentar problemas em seu modelo de código aberto e enfrentar a saída de executivos importantes.

Com isso, a empresa de tecnologia que a nova unidade de negócios criada poderia gerar novos fluxos de caixa a partir do aplicativo Meta AI, ferramentas de anúncios de imagem para vídeo e óculos inteligentes.

Recentemente, a Meta aumentou sua previsão de gastos de capital em 2025 para entre US$ 64 bilhões e US$ 72 bilhões, com o objetivo de reforçar a posição a companhia em relação às suas principais rivais nesta corrida pelo avanço no mercado de inteligência artificial, que são a OpenAI e o Google.

Na Bolsa dos Estados Unidos, as ações da big tech acumulam valorização de 28,8% em 2025. A Meta está avaliada em US$ 1,9 trilhão.

Fique Por Dentro

Equipamento será construido na Louisiana e vai suportar demanda por IA