Bolha de big techs? Investimento em ações de tecnologia é o maior em 16 anos, mas deixa alerta

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Os investimentos em ações de tecnologia nos Estados Unidos avançaram no ritmo mais rápido registrado em 16 anos.

Foi o que revelou uma pesquisa do Bank of America, que mostrou que entre abril e julho, o salto nas alocações foi o maior desde março de 2009. Após uma queda nas ações das Magníficas Sete durante o ‘tarifaço’ de Donald Trump em abril, analistas perceberam uma rápida recuperação de Wall Street. 

A tendência revela que mesmo com incertezas econômicas e geopolíticas, investidores ainda confiam e investem nos papéis de tecnologia. “As Big Techs estão de volta no banco do motorista”, brincou Venu Krishna, chefe de estratégia de ações no Barclays, em entrevista ao Financial Time

A Microsoft, Meta, Alphabet, Amazon, Apple e Tesla devem divulgar seus resultados do 2º trimestre nas próximas semanas. 

Segundo Krishna, os especialistas esperam que o setor supere as expectativas de lucro. “A única dúvida é: qual será a magnitude da surpresa?”

Big techs em alta

A Nasdaq Composite, grupo na bolsa de valores focado em tecnologia, subiu mais de 33% desde a queda em abril, registrando uma série de máximas históricas, segundo o FT. Na última semana, a Nvidia – fabricante de chips – tornou-se a primeira empresa a alcançar uma avaliação de US$ 4 trilhões, ultrapassando a Microsoft e se tornando a companhia a mais valiosa do mundo.

Em entrevista ao jornal britânico, Marija Veitmane – chefe de pesquisa de ações da State Street – destacou que o setor de tecnologia continua sendo o favorito globalmente. “Sólido crescimento consistente dos lucros, com altas margens e forte geração de caixa. Não há outro setor que ofereça isso”, completou. 

Avaliação cara e instabilidade dos EUA preocupam

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para ações com preços acima da média. De acordo com Elyas GAlou, estrategista do BofA, a avaliação é a principal preocupação. “Os gestores de fundos sabem que estão comprando um dos mercados mais caros dos últimos 100 anos”, revelou.

A pesquisa também indicou que os gestores de fundos seguem cautelosos em relação aos ativos americanos, mantendo posições vendidas no dólar, apontadas como a operação mais congestionada do mercado. A moeda norte-americana acumula queda de quase 10% no ano.

“Os investidores estão emocionalmente pessimistas em relação aos EUA, mas não estão fisicamente pessimistas”, afirmou Galou. “Eles permanecem otimistas com o setor de tecnologia, impulsionados pela IA, mas continuam receosos em relação ao dólar devido às políticas comercial e fiscal do país.”

Até julho, a aposta “comprado em ouro” vinha sendo considerada a operação mais lotada pelos gestores. A desconfiança em torno do dólar também fortaleceu o euro. Entre os entrevistados, um saldo líquido de 20% indicou posição acima da média na moeda europeia, o maior nível desde janeiro de 2005.

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