Ibovespa abre em leve alta, mas incertezas sobre tarifas pesam

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O Ibovespa abriu em leve alta nesta terça-feira, 29. Por volta das 10h10, o principal índice da B3 registrou alta de 0,22%, aos 132.421 pontos.

A incerteza global e o cenário doméstico delicado seguem pesando sobre o humor dos investidores. Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de 1,04%, aos 132.129 pontos, no menor nível desde abril.

No mercado cambial, o dólar abriu o dia com leve alta de 0,12%, cotado a R$ 5,5955.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,22%, aos 132.421 pontos
  • Dólar hoje: +0,12% a R$ 5,595

Balanços antes da abertura

Três gigantes americanas — UnitedHealth, Procter & Gamble e Boeing — divulgaram seus balanços nesta terça-feira, 29, antes da abertura dos mercados.

A seguradora UnitedHealth frustrou o mercado ao divulgar lucro ajustado de US$ 4,08 por ação no segundo trimestre de 2025, abaixo do esperado, e prever lucro de ao menos US$ 16 por ação em 2025, bem abaixo do consenso de US$ 20,91. O índice de sinistralidade subiu para 89,4%, pressionado por custos médicos no Medicare Advantage. Após a divulgação, as ações da empresa caíam mais de 4% no pré-mercado.

Já a fabricante de bens de consumo Procter & Gamble superou as expectativas no trimestre fiscal com lucro de US$ 1,48 por ação e receita de US$ 20,89 bilhões. Para 2026, a empresa projeta crescimento de até 5%, mas alertou para um impacto de US$ 1 bilhão com tarifas de Trump e anunciou reajustes de preços em parte dos produtos já neste trimestre.

A fabricante de aeronaves Boeing, por sua vez, reportou alta de 35% na receita, para US$ 22,75 bilhões, e redução de 50% no prejuízo do trimestre. A companhia é uma das poucas beneficiadas pelas políticas comerciais de Trump, com novos pedidos atrelados a acordos internacionais, mas enfrenta atrasos na produção e incertezas sobre a concretização dos contratos.

No radar hoje

Nesta terça-feira, 29, nos Estados Unidos, o destaque do dia é a divulgação, às 11h, do relatório Jolts, que mede a quantidade de vagas de emprego em aberto no país e serve como termômetro do mercado de trabalho. O dado será acompanhado de perto por analistas em busca de pistas para o relatório de emprego (payroll) de julho, que será publicado nesta sexta-feira.

No mesmo horário, será divulgado o índice de confiança do consumidor de julho, medido pelo Conference Board.

Mais cedo, o Departamento de Comércio americano divulgou que o déficit comercial de bens dos Estados Unidos caiu 10,8% em junho, para US$ 86 bilhões, contrariando projeções de alta para US$ 98,2 bilhões.

A queda foi impulsionada por uma forte redução de US$ 11,5 bilhões nas importações, enquanto as exportações recuaram US$ 1,1 bilhão. O resultado reforça as expectativas de que o setor externo deve contribuir positivamente para o PIB do segundo trimestre, após ter derrubado o crescimento no início do ano devido a uma corrida de importações antes do aumento de tarifas.

Além dos indicadores, os mercados acompanham mais uma leva de balanços corporativos. Após o fechamento, é a vez da gigante de meios de pagamento Visa.

Nesta terça-feira, também começa a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será concluída na quarta-feira. A expectativa majoritária é de que os juros sejam mantidos, em meio a uma postura mais cautelosa do banco central norte-americano diante das incertezas sobre os impactos da nova política tarifária do governo Trump.

No fim do dia, às 19h, será a vez do Banco Central do Chile anunciar sua decisão sobre os juros.

Relação Brasil-EUA

No Brasil, a agenda de indicadores é esvaziada, mas os olhos continuam voltados para a disputa comercial com os Estados Unidos. Faltando apenas quatro dias para o prazo final imposto por Donald Trump para a entrada em vigor das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista ao vivo à CNN Brasil às 15h.

O Banco Central brasileiro também tem destaque no noticiário. Às 10h30, a autoridade monetária realiza leilão de linha de até US$ 1 bilhão para rolagem de vencimentos de agosto.

Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) iniciam nesta terça o primeiro dia da reunião que vai definir o futuro da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. A previsão é de que o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024 seja interrompido nesta semana.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta terça-feira, 29, com investidores à espera da decisão de juros do Fed e atentos às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O índice Nikkei 225, do Japão, caiu 0,79%, enquanto o CSI 300, da China, recuou 0,39%. Já o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,66%.

Na Europa, os principais índices operam em alta, apoiados por resultados corporativos positivos e uma percepção mais branda sobre o impacto das tarifas americanas. Por volta das 9h55, o Stoxx 600 subia 0,56%. O CAC 40, da França, avançava 1,34%, o DAX, da Alemanha, 1,40%, e o FTSE 100, de Londres, 0,75%.

Entre os destaques do dia estão o banco Barclays, que superou estimativas de lucro e anunciou recompra de ações, e a farmacêutica AstraZeneca, que também surpreendeu positivamente e reiterou planos de investir US$ 50 bilhões nos EUA até 2030.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em leve alta na manhã desta terça, impulsionados pela expectativa com os balanços das big techs e por indicadores econômicos previstos para a semana. Por volta das 9h55, os contratos do Dow Jones subiam 0,06%, os do S&P 500, 0,20%, e os do Nasdaq 100, 0,42%.

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