As ações da Nvidia (NVDA) têm passado por uma trajetória de alta nos últimos meses. E, para Wall Street, para saber para onde as ações da big tech estão indo, o ideal é olhar para uma outra empresa: a OpenAI.
Na abertura do mercado de segunda-feira, 29, as ações da Nvidia subiram 2,8%, cotadas a US$ 183,24, após um pequeno avanço de 0,3% na última sexta-feira. O movimento segue a tendência observada em outras empresas ligadas à inteligência artificial (IA). Entre os fabricantes de chips, a Advanced Micro Devices (AMD) teve alta de 2,1%, enquanto a Broadcom (AVGO) subiu 0,8%.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou em um podcast na semana passada que espera que a OpenAI se torne “a próxima empresa trilionária” no mercado de IA depois de investir US$ 100 bilhões na dona do ChatGPT.
E Ben Reitzes, analista da Melius Research, concorda. Para ele, segundo o Barron’s, a OpenAI tem o potencial de ser a empresa mais importante em termos de gerar trilhões em valor com sua visão. Reitzes acredita que o maior desafio está em garantir que a OpenAI e outras empresas do setor tenham o poder computacional necessário para continuar impulsionando o desenvolvimento da IA.
E os investimentos não devem parar por aí.
Nvidia e OpenAI: acordo histórico de US$ 100 Bilhões

Jensen Huang, da Nvidia (I-HWA CHENG/Getty Images)
O acordo entre a Nvidia e a OpenAI, segundo as empresas, visa fortalecer a posição da Nvidia como fornecedora principal de chips gráficos, essenciais para a infraestrutura de inteligência artificial. A transação ocorre em um momento estratégico para as duas companhias, que cada vez mais dominam o setor de IA.
O analista Matt Britzman, da Hargreaves Lansdown, destacou que, com o acordo, a Nvidia garante um papel crucial no desenvolvimento de data centers de IA.
Britzman calcula que, com cada gigawatt de capacidade de data center de IA valendo cerca de US$ 50 bilhões em receita, esse projeto pode gerar até US$ 500 bilhões no longo prazo, segundo a Reuters. A perspectiva é que o investimento na OpenAI seja altamente rentável para a Nvidia, e que consolide seus chips como a espinha dorsal da infraestrutura de IA.
Mas nem toda Wall Street viu o acordo com bons olhos. Stacy Rasgon, da Bernstein Research, alertou à Bloomberg que a transação pode refletir uma “economia circular”, onde os investimentos entre as empresas se tornam excessivamente dependentes uma da outra, sem retorno financeiro efetivo.
Segundo a analista, o tamanho do investimento na OpenAI “parece superar todos os outros”. Em nota ao mercado, ela afirmou que os US$ 100 bilhões “provavelmente intensificarão as preocupações mais do que vimos anteriormente e (talvez justificadamente) levantarão questões sobre a justificativa por trás dessa ação”.
Para Rasgon, o investimento da Nvidia pode ser visto como um financiamento “auto-referencial”, uma vez que as duas empresas já estão intimamente ligadas no ecossistema de IA.
Daniel O’Regan, da Mizuho Securities, também abordou o investimento de maneira crítica, sugerindo que, apesar de o sentimento no mercado ser geralmente positivo, existe a preocupação de que o acordo possa ser visto como um financiamento de fornecedor, em vez de um investimento estratégico robusto. No entanto, a transação foi amplamente positiva para as ações da Nvidia, que registraram um aumento de 2,61% no pré-mercado após o anúncio.
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